
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3.16
Este é um dos versículos mais amados e mais citados pelo povo de Deus. Trata-se de uma afirmação do caráter amoroso de Deus para com a humanidade caída. Sem que houvesse a iniciativa pessoal do Senhor em nos perdoar e salvar, não teríamos a mínima condição de fazê-lo aceitar nossas vidas diante de Si.
O caráter amoroso de Deus se revelou na ação de dar o Seu Filho para salvar os que creem e lhes dar a vida eterna. É interessante e sublime pensar em Jesus Cristo, chamado por João de Filho unigênito. Você sabe o que significa unigênito?
De modo geral, unigênito (monogenēs) significa “filho único”. Isaque foi o filho único de Abraão e Sara (Hb 11.7). Lucas registra como filhos únicos, o filho da viúva de Naim (7.12), a filha de Jairo (8.42) e o menino endemoniado (9.38). Entretanto, Jesus não é o filho único de Maria (Mt 13.55,56). Ele é filho único de Deus!
Embora os autores bíblicos, de modo geral, não façam distinção entre as palavras traduzidas por “filho”, o evangelista João utiliza duas palavras para referir-se ao Filho e aos filhos de Deus. Quando fala de Jesus usa a palavra huiós. Quando fala de nós, os cristãos, usa a palavra tékna. Cristo é vindo de Deus, enquanto que nós, os que cremos, somos filhos adotados por Deus.
Wayne Grudem em sua Teologia Sistemática, cita a chamada Definição de Calcedônia, “como a definição padrão, ortodoxa, do ensino bíblico sobre a pessoa de Cristo igualmente pelos ramos católicos, protestantes e ortodoxos do cristianismo.” (p.459) Eis a declaração sobre Jesus:
“Fiéis aos Santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos Santos Pais nos transmitiu.”
Podemos compreender que não há outro ser semelhante a Jesus Cristo, o Filho unigênito (huiós) de Deus. João declara: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.[…] Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (tékna), a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. (Jo 1.4,11,12)
Deus é maravilhoso em graça e amor para conosco. Por amor Ele deu o que de melhor tinha, seu Filho unigênito, a fim de comprar para Si o que de pior havia—pecadores, a fim de torná-los semelhantes a Seu Filho e de acolhê-los no seio de Sua própria família para sempre!
Bendito amor de Deus! Bendito Filho unigênito! Bendita graça! Bendita adoção!
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Por: Rev. Wilson do Amaral Filho