“Você ficará grávida e dará à luz um filho, a quem chamará pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo. Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim. Então Maria disse ao anjo: — Como será isto, se eu nunca tive relações com homem algum? O anjo respondeu: — O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus. E Isabel, sua parenta, igualmente está grávida, apesar de sua idade avançada, sendo este já o sexto mês de gestação para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus não há nada impossível.” Lucas 1.31-37
A vinda de Jesus Cristo ao mundo foi miraculosa de um lado e natural de outro. Miraculosa porque foi anunciada por um anjo do Senhor e operacionalizada pelo Espírito de Deus (Mt 1.20). Natural porque foi concebido e gerado da semente de uma mulher (Gn 3.15).
Interessante observar que na anunciação feita a Maria o anjo lhe disse que Isabel, sua parenta, estava grávida apesar da idade avançada e tida como estéril. Duas operações simultâneas do Espírito Santo nestas mulheres — gerar vida para o glorioso plano de Deus para nossa salvação.
Isabel nunca havia tido filhos, porém, para que se cumprissem as profecias do Antigo Testamento (Is 40.3; Ml 3.1) e pelo poder do Espírito, deixou de ser considerada estéril e mesmo em idade avançada concebeu e gerou João, o Batista, de seu esposo Zacarias. Maria nunca tivera filhos nem marido, porém, para que se cumprisse a profecia do Antigo Testamento (Is 7.14) e pelo poder do Espírito, concebeu e gerou Jesus, seu filho primogênito; depois gerou outros filhos de seu esposo José (Mt 13.55,56).
João, o Batista, veio para a missão de preparar o caminho do Messias (Lc 1.75-80). Jesus veio para ser o Messias (Gl 4.4-5). Qual a diferença dos dois homens? Ambos tinham corpo e alma humanos. João provinha de pai e mãe salvos pela graça, enquanto Jesus provinha de Deus e fora gerado de uma mulher salva pela graça! Enquanto João trazia a natureza exclusivamente humana, Jesus trazia a natureza divina, porque procedia de Deus, e trazia a natureza humana, porque fora gerado da semente da mulher.
Por que Jesus não herdou uma natureza pecaminosa de Maria? Wayne Grudem comenta: “[…] a obra do Espírito Santo em Maria deve ter evitado não só a transmissão do pecado de José (pois Jesus não teve pai humano), mas também, de maneira miraculosa, a transmissão do pecado de Maria: O Espírito Santo virá sobre você […] por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.”
Grudem reflete sobre a importância doutrinária do nascimento virginal de Jesus, destacando três áreas: 1) A nossa salvação vem do Senhor — foi Ele quem providenciou a promessa e o seu cumprimento, de que Jesus nasceria da semente da mulher, sem o auxílio de homem; 2) O nascimento virginal possibilitou a união da plena divindade e da plena humanidade em uma só pessoa — […] você dará à luz um filho […e ele] será chamado Filho do Altíssimo; 3) O nascimento virginal também torna possível a verdadeira humanidade de Cristo sem a herança do pecado—”porque o Espírito realizou a concepção de Jesus no ventre de Maria, o menino deveria ser chamado o ente santo.” (Lc 1.35)
O filho primogênito de Maria, Jesus Cristo, nosso Senhor, viveu sem pecado e, em sua existência humana, “certamente tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; […] foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados.” Is 53.4,5. “Embora fosse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” (Hb. 5.8,9). Bendito Filho!
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Por: Rev. Wilson do Amaral Filho
