Em Efésios 4.31 lemos: “Que não haja no meio de vocês qualquer amargura…”. No grego o termo “Amargura” provém de uma palavra que significa “cortar”, “perfurar”, “ferir”. A ideia é de algo afiado, pontiagudo, capaz de perfurar e ferir. A raiz hebraica traz a ideia de algo pesado. Daí surge o conceito de amargura ser algo forte e pesado, que fere até o mais profundo do coração. A amargura não acontece automaticamente quando alguém nos ofende, é uma reação não bíblica (ou seja, pecaminosa) para ofensa ou situação difícil e geralmente injusta. Amargura é o resultado de não perdoarmos alguém. Em resumo, a amargura é o resultado de reagir de maneira inapropriada (não bíblica) a uma ofensa.

Para lidarmos corretamente com a amargura, primeiramente precisamos examinar o nosso próprio coração. Responda sinceramente a você mesmo: Está pensando em maneiras de vingar-se de alguém caso tenha oportunidade? Você se sente ofendido? E pelo fato de você se sentir a vítima, justifica o ressentimento? Você explode facilmente por situações pequenas ou de pouco importância? No geral você usa expressões como: “vocês” ou “todo mundo” para apoiar seus argumentos? Você costuma falar para as outras pessoas sobre os males feitos contra você?
Um dos amigos mais íntimos da amargura é a fofoca. A pessoa amargurada pensa que tem razão (e provavelmente tenha), e então ela busca outra pessoa, compartilha sua experiencia, fundamente sua atitude com exageros e generalizações, referindo-se “a todo mundo”. O que fazer quando estamos amargurados? No livro Amargura, o Pecado Mais Contagioso, Jaime Mirón nos oferece algumas diretrizes:

Veja a amargura como um pecado contra Deus. No Salmo 51.4 vemos Davi declarando: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau aos teus olhos…”. Ao reconhecer o seu pecado contra Deus, você deve confessá-lo, pois há purificação de todo pecado através do sangue (sacrifício) de Jesus. (I Jo 1.7-9).

Perdoe o ofensor. No mesmo contexto onde Paulo nos exorta a nos livramos de toda a amargura, ele nos explica como: perdoando uns aos outros como Deus nos perdoou em Cristo Jesus (Ef 4.31-32). Por mais horrível que seja o acontecido, devemos perdoar, isto nos levará a pensar em como Cristo nos perdoou.

Perdoar não significa tolerar a pessoa e seu pecado, não é fingir que a maldade não existe e não passar por cima. Temos que lançar toda nossa ansiedade sobre Deus. I Pe 5.7. Perdoar não é simplesmente esquecer, pois isto é praticamente impossível. Perdoar é lembrar sem mágoa.

O perdão não absolve o ofensor da pena correspondente ao seu pecado. O castigo está nas mãos de Deus ou das leis humanas. Deus faz justiça aos oprimidos (Sl 103.6).

Não cabe a você fazer justiça através da vingança, deixe isso com o Senhor, o Justo Juiz. “Meus amados, não façam justiça com as próprias mãos, mas deem lugar à ira de Deus, pois está escrito: ‘A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor’.” (Rm 12.19).

Por: Rev. Luís Roberto Navarro Avellar

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