A mensagem do Evangelho, segundo professa a doutrina reformada presbiteriana, foi pregada em Jundiaí pela primeira vez, pelo Rev. Emanuel Pires, missionário português que servia a Missão da Igreja Presbiteriana do Sul dos Estados Unidos. Naquele dia de abril de 1867, sua pregação foi interrompida por alguns perturbadores e ele não conseguiu conclui-la. Nova pregação, desta vez com sucesso, foi feita em 1869 pelo missionário Rev. George Whitehill Chamberlain, mas ao retornar em 1870, o pastor não conseguiu completar a pregação por conta de perturbadores.
Sabe-se que missionários da Missão norte-americana eram residentes em Campinas desde 1870, e transitavam pela região utilizando a ferrovia São Paulo Railway Company, mas não há registro de qualquer iniciativa evangelística na cidade, uma vez que Jundiaí se mostrou muito resistente à pregação protestante.
Pela misericórdia de Deus e o trabalho do missionário Rev. John Watkins Dabney, que residiu em Jundiaí entre 1885 a 1888, Cherubina Franco tornou-se a primeira convertida a Cristo em Jundiaí pela pregação protestante e presbiteriana. O Rev. Flamínio Rodrigues contribuiu com atos pastorais no período de assistência da Missão a Jundiaí.
A partir de 1895, e com a morte dos missionários americanos, o ponto de pregação passou a ser supervisionado pela Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo e os alunos do Seminário passaram a cooperar no trabalho. O seminarista Erasmo Braga foi um dos assistentes do trabalho presbiteriano em Jundiaí.
Anos mais tarde, Braga relatou: “Pelo ano de 1900, a propaganda da Egreja Baptista veio interromper a regularidade do trabalho e causou temporariamente a dispersão dos crentes” (LIVRO de Atas da Congregação Presbiteriana de Jundiaí, Vol. I, p.2, In Martins, 2019, p.110). O Conselho da 1ª Igreja decidiu ceder o espaço e o mobiliário para aqueles irmãos batistas.
Porém, o trabalho presbiteriano foi retomado no ano de 1902, sob o pastorado do Rev. Modesto de Carvalhosa, ministro da Segunda Igreja Presbiteriana e depois da Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo.
De 1909 a 1913, o Rev. Erasmo Braga passou a cuidar do trabalho, realizando os cultos nas casas dos fiéis e formando, então, um primeiro rol constituído por oito membros professos. Em 1911 organizou-se a Sociedade de Senhoras.
De 1914 a 1920 a liderança do trabalho esteve sob a responsabilidade dos evangelistas Bernardino Gregório da Silva, James Smith e Gastão Boyle. Em 1918, sob a liderança de Gastão Boyle, a Congregação possuía uma Escola Dominical com 25 alunos.
Nesse período a pequena Congregação recebeu visitas dos Rev.s Dr. Thomas Porter, Herculano de Gouvêa e Henrique Camargo, além de estudantes do Seminário Presbiteriano do Sul, agora localizado em Campinas.
Desde seu início e até os anos 1920, exceto por Dabney, nenhum pastor ou missionário foi residente em Jundiaí. Este trabalho presbiteriano foi extremamente precário e lutou com muitas dificuldades. Graças à misericórdia divina e à perseverança dos irmãos, o trabalho sobreviveu para a glória de Deus!
A década de 1910 registrou vários eventos que contribuíram para a estagnação da vida econômica e social da cidade de Jundiaí. Entre elas: a primeira guerra mundial, com implicações para a vida econômica da região, e a gripe espanhola, também chamada de influenza, provocada pelo vírus H1N1, que contaminou cerca de um terço da população mundial.
A Congregação, com todas as suas lutas de subsistência, recebia os pastores algumas vezes por ano para os atos pastorais e dependia, em determinados períodos, de cristãos inclusive de outras denominações que a ajudavam na Escola Dominical e nas pregações.
De 1921 a 1923 o Rev. Dr. Thomas Porter foi designado o pastor responsável pela Congregação de Jundiaí. Somente no final de 1923 foi possível alugar-se uma sala à rua Rangel Pestana nº 19. A Congregação pagava metade do aluguel e o Presbitério de São Paulo a ajudava com a outra metade.
Em 1924 os cultos passaram a ser realizados sob a liderança do candidato ao ministério Benedito Carvalho, sendo o pastor responsável o Rev. Henrique Camargo até quando, em julho, Benedito se deixou a Congregação por conta das emergências provocadas pela Revolução de 1924.
Em 1925 pastoreou a Congregação o Rev. James Smith, comparecendo apenas três vezes à cidade durante o ano. Foi auxiliado por seminaristas de Campinas, e a Congregação passou a ser abrigada na casa do senhor João Fêu.
De 1926 a 1930 o Rev. Dr. Thomas Porter reassumiu a responsabilidade pela Congregação. Com exceção de Cherubina Franco, nenhum dos membros originais continuava, seja por motivo de transferência ou de óbito. Contudo, a Congregação registrava 16 membros comungantes e 11 não comungantes. O Licenciado Mattathias Fernandes liderou os trabalhos em 1930, que já estavam mais regulares, com uma Escola Dominical, uma Sociedade Feminina e um coro misto.
A busca por um terreno, onde pudesse ser erguido o templo para a Congregação, aconteceu a partir de 1931, sob o pastorado do Rev. Paulo de Miranda Costivelli, que permaneceu até 1932, ano em que estourou a Revolução Constitucionalista e Jundiaí foi ocupada, ainda que por breve tempo, pelas forças governistas.
Em 1933, sob a liderança do Rev. Benedito de Carvalho, já se possuía um pequeno fundo de construção liderado pela Sociedade de Senhoras.
Designados pelo Presbitério de São Paulo, os Rev.s Avelino Boamorte e João Paulo de Camargo alternaram a liderança da Congregação entre 1934 e 1938, que se fortalecia pela misericórdia divina, graças às atividades dos irmãos, da Escola Dominical, dos cultos e da Sociedade Feminina, porém de forma muito vagarosa, sem a devida propaganda evangélica.
Em 1939 assumiu o pastorado da Congregação o Rev. Antonio Marques da Fonseca Junior, e o trabalho foi se solidificando. Em abril daquele ano inaugurou-se a sala de cultos à rua Barão de Jundiaí nº 29. Os trabalhos passaram a ser realizados todos os domingos e quintas-feiras. A supervisão da Congregação passou à jurisdição do Presbitério de Sorocaba. Em 1946 a Congregação registrava 46 membros professos, Sociedade Feminina com 21 sócias, Escola Dominical com 52 alunos, seis classes e 10 professores e oficiais.
Aos 85 anos de idade e com 71 anos de vida cristã, Cherubina Franco, a primeira presbiteriana convertida em Jundiaí, partiu para os braços do Senhor.
Foi em 1949 que a Congregação conseguiu adquirir o terreno onde está edificado seu templo. A pedra fundamental do prédio foi lançada em 1950. O salão térreo, voltado para a Rua Bartolomeu Lourenço, nº 31, foi inaugurado em 1951, ano em que a Igreja Presbiteriana de Jundiaí foi finalmente organizada, para a glória de Deus!
A Igreja Presbiteriana de Jundiaí (IPJ) foi organizada pelo Presbitério de Sorocaba, em 29 de julho de 1951. Seu primeiro pastor foi o Rev. Antonio Marques da Fonseca Junior de 1951 a 1959.
Naquela ocasião, foram eleitos presbíteros: Julio Canrobert Lopes da Costa, Adalberto Monteiro Patto, Adolfo Soares de Campos e Emílio Atique. Foram eleitos diáconos: Benedito Camargo, Leopoldo de Oliveira, Raja Atique e Sebastião Nunes Gonçalves.
O pastor residiu em Campinas durante o seu pastorado. Mas além da liderança formal de presbíteros e diáconos residentes em Jundiaí e das lideranças do trabalho feminino e da Escola Dominical, a Igreja contou com os pastores auxiliares, reverendos Odayr Taborda em 1954, e Eliseu Narciso em 1955, este último professor de música do Seminário Presbiteriano do Sul.
Nesse período a Igreja sofreu com a saída de famílias, as quais fundaram a Igreja Presbiteriana Independente de Jundiaí. Por outro lado, na virada da mesma década, nascia a Congregação Presbiteriana do bairro Agapeama, como fruto da expansão do trabalho e que viria a tornar-se igreja na década de 1970.
Em 1960 assumiu o pastorado da Igreja o Rev. Delfino Corrêa, cujo pastorado foi, de fato, abreviado por motivo de enfermidade, ficando até 1961, quando, então, retornou o Rev. Antonio Marques, desta vez residindo por breve tempo em Jundiaí, e preparando a igreja para o pastorado do Rev. Astrogildo de Oliveira Godoy, que se estendeu de 1963 a 1968.
Pela misericórdia de Deus, o primeiro andar do templo, com abertura para a Rua Vigário João José Rodrigues, estava edificado. Nesse período, novo esforço de crescimento levou oficiais e membros da Igreja a criar uma Escola Dominical e comprar terreno para uma futura Congregação na Vila Hortolândia. O trabalho prosseguiu sob o pastorado do Rev. Osias Costa, de 1969 a 1971, e sob o pastorado do Rev. João Marinho Filho, de 1972 a 1976, com a presença constante do trabalho feminino, da Escola Dominical, das sociedades internas e do coral da Igreja.
Em 1977 a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) viveu uma cisão que deu origem à denominação Igreja Presbiteriana Unida. As igrejas da região foram atingidas e algumas se separaram da IPB, filiando-se à nova denominação. Nossa Igreja permaneceu autônoma, quando a pastoreava o Rev. Euricles Leite Cavalcante Macedo, de 1977 a 1979, todavia, mantendo-se na doutrina e regime presbiterianos.
Em 1979 nossa Igreja decidiu pela volta à Igreja Presbiteriana do Brasil, e seu pastor interino foi o Rev. Abimael Campos Vieira, presidente do Presbitério de Itu, de outubro de 1979 a março de 1980, quando então assumiu o Rev. Adélio Mendes até o final do ano e depois dele o Rev. Moacyr Jordão de Almeida em 1981. A despeito das lutas, a igreja cresceu em número na década, organizando a Congregação Presbiteriana de Vila Hortolândia e constituindo os pontos de pregação na Vila Alvorada, atualmente Jardim Planalto, e Eloy Chaves, além de realizar cultos no município de Louveira. Pela misericórdia de Deus e para Sua glória a Igreja prosperou.
No final da década de 1970 a IPJ voltou ao seio da Igreja Presbiteriana do Brasil, sendo filiada ao Presbitério de Itu, atualmente Presbitério de Indaiatuba e, de outubro de 1979 a março de 1980, foi seu pastor interino o Rev. Abimael Campos Vieira, presidente do Presbitério, quando então assumiu o Rev. Adélio Mendes que pastoreou a IPJ apenas até o final do ano. Depois dele o Rev. Moacyr Jordão de Almeida assumiu o pastorado apenas no ano de 1981. A despeito das lutas de adaptação e vários estilos de pastoreio, a igreja apresentava um bom número de crentes nessa ocasião.
Em 1982 assumiu o pastorado o Rev. Wilson do Amaral Filho, cujo pastorado se estendeu por 15 anos. Nesse período, a igreja iniciou nova expansão de crescimento na cidade. Os trabalhos da Congregação de Vila Hortolândia demandaram a presença de um pastor auxiliar, o Rev. Jairo Marques das Neves, que pastoreou a Congregação nos anos de 1986 a 1987.
Em 1988 a Congregação foi organizada em igreja pelo Presbitério de Itu e a IPJ investiu em seu sustento nos primeiros anos. O Conselho da IPJ também decidiu pela compra de terrenos para seus pontos de pregação nos bairros do Jardim Planalto (Vila Alvorada) e Eloy Chaves. Além disso, o Conselho liderou uma ampliação do prédio da sede, adicionando aos dois pisos existentes, o mezanino para o templo e um novo andar dedicado à educação cristã infantil e de adolescentes. Com o desenvolvimento da Congregação do Jardim Planalto, o Conselho convidou o Rev. José Carlos Bertoni para ser pastor auxiliar na Congregação, nos anos de 1992 a 1996. Simultaneamente, a IPJ criou um ponto de pregação no Parque Guarani, em Várzea Paulista, e adquiriu um terreno para a atual Igreja Presbiteriana de Várzea Paulista.
Em 1997 assumiu o pastorado o Rev. Paulo de Lima Portes. Foi organizada a Igreja Presbiteriana do Jardim Planalto em sede própria, graças ao mutirão de membros da IPJ enquanto era sua Congregação. Naquele ano de 1997 o Rev. Hugolino de Sena Batista atuou como pastor auxiliar da IPJ naquele trabalho, como ajuda da IPJ àqueles irmãos. Para organização dessa igreja, a IPJ cedeu sua Congregação do Eloy Chaves que, mais tarde viria a se tornar a Igreja Presbiteriana do Eloy Chaves. A IPJ manteve também a Congregação de Várzea Paulista, sob os cuidados do pastor auxiliar, Rev. Flávio Ferreira Mariano em 1997.
Deus foi e tem sido misericordioso para com a igreja. Por essa razão reconheçamos sua graça e sua virtude na vida da IPJ e de todos quantos serviram ao Senhor por meio dela.
A Igreja Presbiteriana de Jundiaí chegou ao final do século 20 com uma nova proposta de trabalho interno: a divisão dos seus membros em células, modelo de gestão empregado por vários grupos denominacionais na época, que tinha por propósito a aproximação das famílias e a atração de vizinhos para o convívio cristão, além do rearranjo dos cultos semanais e a extinção do culto dominical noturno, e a promoção de encontros de casais, proveitosos para muitos.
Em 2003 assumiu o pastorado da IPJ o Rev. José Emiliano da Cunha. Ainda que o formato de células fosse mantido, a nova orientação pastoral dada incluía não apenas o convívio, mas a revisão sistemática da doutrinação dos membros e agregados inclusive e sobretudo nas reuniões gerais da comunidade. O culto noturno do domingo foi reativado.
Os encontros de casais foram mantidos e houve esforço na manutenção das sociedades internas, de homens, mulheres, jovens e adolescentes, com poucos resultados visíveis. No geral, a igreja se mantinha na fé e no convívio cristão reformado e calvinista.
O trabalho continuou crescendo com envolvimento da igreja no sustento de missionários em campos da língua nativa e transculturais. Por esse tempo a IPJ também promoveu a abertura de ponto de pregação na Vila Real, no Jardim América III, em Várzea Paulista.
Em 2012, assumiu o pastorado o Rev. Luís Roberto Navarro Avelar, atual pastor da IPJ. Como parte dos desafios da nova gestão pastoral, o formato de células foi substituído pelo conceito de pequenos grupos, com a continuidade dos estudos bíblicos nas casas, bem como a reorganização de algumas das sociedades internas: UPH, UMP e UPA.
O ponto de pregação de Vila Real passou às mãos da Igreja Presbiteriana do Jardim Califórnia, de Campo Limpo Paulista, todavia, a igreja acolheu a Congregação Presbiterial de Louveira e a mantém como sua Congregação, tendo à frente o pastor auxiliar Rev. Israel Antonio Trajano Lopes desde 2019.
O Conselho promoveu uma ampla reforma do templo a partir de 2020 que, em breve, abrigará com melhores condições o povo de Deus e adquiriu um lote de terreno na Rua Bartolomeu Lourenço, o qual servirá para os propósitos das próximas décadas do trabalho da IPJ na cidade.
Na comemoração dos 70 anos de organização da IPJ não pode faltar o louvor e a gratidão ao Deus trino, o reconhecimento aos presbíteros, diáconos e demais lideranças, aos irmãos de fé de todas as épocas, pelas lutas enfrentadas e vitórias conquistadas.
Ebenézer! Maranata! Soli Deo Glória!
Ministros da Congregação e da Igreja Presbiteriana de Jundiaí
– 1939 a 1951: Reverendo Antonio Marques da Fonseca Júnior (Congregação Presbiteriana de Jundiaí)
– 1951 a 1959: Reverendo Antonio Marques da Fonseca Júnior (Igreja Presbiteriana de Jundiaí)
– 1960 a 1961: Reverendo Delfino Corrêa
– 1962: Reverendo Antonio Marques da Fonseca Júnior
– 1963 a 1968: Reverendo Astrogildo de Oliveira Godoy
– 1969 a 1971: Reverendo Osias Costa
– 1972 a 1976: Reverendo Eurícles Leite Carvalho Macedo
– 1979: Reverendo Abimael Campos Vieira
– 1980: Reverendo Adélio Mendes
– 1981: Reverendo Moacyr Jordão de Almeida
– 1982 a 1996: Reverendo Dr. Wilson do Amaral Filho
– 1997 a 2002: Reverendo Paulo de Lima Portes
– 2003 a 2011: Reverendo José Emiliano da Cunha
– 2012 – presente: Reverendo Luis Roberto Navarro Avellar
Ministros auxiliares
– 1954: Reverendo Odayr Taborda
– 1955: Reverendo Eliseu Narciso
– 1987: Reverendo Jairo Marques das Neves
– 1989: Reverendo Josias do Espírito Santo
– 1994 a 1996: Reverendo José Carlos Bertoni
– 1997: Reverendo Hugolino de Sena Batista
– 1997: Reverendo Flávio F. Mariano