Missões
Lanzhou, China

Hoje, inauguramos a coluna de entrevistas da IPJ. Teremos vários entrevistados falando sobre temas pertinentes para toda a igreja. Uma iniciativa do Ministério de Comunicação da IPJ.

E pra começar entrevistamos o reverendo Pedro (fictício) . Pedro foi pastor das igrejas presbiterianas Betel na Vila Amália, São Paulo, Jardim Paulista, Cuiabá e Vitória da Conquista, na Bahia. Foi diretor do Seminário Teológico Presbiteriano Rev José Manuel Ibañez Gusmán, no Chile e atualmente é missionário na China. É professor e coordenador do curso de português entre os refugiados muçulmanos, em São Paulo.

Por questão de segurança usaremos o nome fictício (Pedro), já que ele trabalha entre mulçumanos no Projeto China Muçulmana. Também não divulgaremos nenhuma foto ou qualquer local que comprometa a segurança de sua família. Reverendo Pedro esteve na IPJ no ano passado ministrando o wordshop “Evangelismo Explosivo”, o evangelho na palma da sua mão. O ministério de comunicação da IPJ entrou em contado com ele que gentilmente resolveu nos contar um pouco sobre sua trajetória fora e dentro do Brasil.

MC – Como foi o seu chamado para trabalhar com missões?
PE – Mesmo diante dos muitos desafios e projetos de evangelização e expansão em pleno andamento na Igreja Presbiteriana de Vitória da Conquista, Bahia, e sem motivos aparentes para sair, durante uma série de estudos e exposições no livro de Atos dos Apóstolos, Deus colocou em nosso coração a disposição de servi-lo em um povo não alcançado – Os Muçulmanos da China.

Apesar de resistirmos no início tentando postergar nossa ida e terminar o que estávamos por fazer, nos colocamos a inteira disposição do Senhor depois de claramente testificarmos em Sua Palavra que quando Ele chama é Ele mesmo quem define quando e para onde ir, não nós, seus meros servos. Muito nos falou o exemplo do nosso irmão, o missionário Filipe (Atos 8) que não questionou o Senhor da Seara quando foi chamado para deixar de repente seu profícuo ministério em Samaria e ir para o deserto pregar para o Eunuco e dali partir falando de Jesus por toda parte até chegar e ficar em Cesaréia, onde Cristo ainda não era conhecido.

Após passarmos um tempo entre a etnia DongXiang recebendo treinamento, aprendendo um pouco o idioma e explorando outros campos, entendemos que Deus está agora nos direcionando para anunciar a Cristo entre os Uigures de XinJiang, extremo noroeste. Portanto, não haveria outra coisa a fazer senão dizermos: Eis-nos aqui Senhor! Envia-nos!

MC – Quais países já trabalhou?
PE – Chile – de 2003 a 2008 / Bolívia – Estágio Transcultural de 15 dia em Perto Suarez / China – 2013 a 2015/ e 2017 a…

MC – Quais dificuldades enfrentou nesta caminhada missionária?
PE – Aprendizado do idioma (Mandarim).
Distância dos familiares.
Distância do convívio com a igreja brasileira e com os irmãos.
Distância do seu país de origem.
Não poder nem cultuar e nem falar aberta e publicamente sobre Cristo.

MC – Conte-nos um pouco sobre o workshop “Evangelismo Explosivo”.
PE – Por nascer num lar evangélico, sempre me falaram da necessidade em se pregar o evangelho, mas nunca me falaram como fazer isso de uma forma prática. Foi aí que conheci o ministério Evangelismo Explosivo em 2002 quando pastoreava a IP Jardim Paulista, em Cuiabá. Participei de uma Clínica Evangelismo Explosivo na IP Betânia e de lá pra cá tenho usado na prática e treinado outros a fazerem o mesmo. É uma ferramenta muito eficaz e dinâmica na apresentação do Evangelho. Quando morei no Chile, participei do diretório nacional daquele país e fui o diretor da região metropolitana. Ministrei vários Workshops e Clínicas, tanto no Chile como no Brasil.

MC – Atualmente, em qual campo está trabalhando? Fale um pouco sobre suas experiências, adaptações e convivência.
PE – Trabalho entre os muçulmanos na China. Estamos em transição. Moramos 2 anos e meio numa cidade chamada Lanzhou e agora retornaremos pra uma outra cidade, em outro estado, onde se encontra a maior etnia muçulmana da China – São os Uigures (etnia Uigur). Nesse ano que passamos no Brasil além de atuar voluntariamente como professor e coordenador do curso de português entre os refugiados muçulmanos em São Paulo, atuamos também entre as crianças moradoras de rua e na cracolândia.

Na China, vivenciamos as mais variadas experiências quanto a cultura, idioma, alimentação, clima, modo de pensar e ver a vida, etc. Mas, a maior experiência de todas, sem dúvidas, foi quanto a visão espiritual que Deus nos deu no campo missionário. Deus nos mostrou coisas que não enxergávamos por causa da religiosidade em que estávamos mergulhados. Isso nos levou a olhar o próximo com mais amor e atenção, a buscar um maior conhecimento de Deus e a olhar o outro sem preconceito religioso. E a maior angustia é ver os campos brancos para ceifa sem trabalhadores.

Quanto a adaptação, o maior desafio foi (e continua sendo) o idioma mandarim. A alimentação, apesar de ser bem diferente da nossa, graças a Deus, nos acostumamos bem.

MC – Qual palavra o senhor deixa para os irmãos que desejam trabalhar com missões?
PE – Louvado seja Deus! Parabéns por ouvir e atender ao chamado do Senhor e dizer: Eis-me aqui! Esse é um excelente projeto de vida! Vá em frente e não olhe pra trás! Deus é contigo sempre!

MC – Caso queira destacar algo que não foi perguntado tem a palavra.
PE – Gostaria somente de enfatizar que fazer missões é (ou ao menos deveria ser) um dever e privilégio de todo convertido, de toda a igreja de Jesus. Após a ressurreição e antes de subir aos céus (Atos 1), Cristo passou 40 dias com os discípulos falando a respeito do Reino dos Céus e que eles iriam receber poder (o Espirito Santo) para serem testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judeia e Samaria e até aos confins da terra.

Deus espera que façamos missões não aqui ou ali, mas aqui e lá e acolá e em todo lugar do mundo ao mesmo tempo, pois a missão é uma só e o Senhor confiou essa missão a sua igreja. Portanto, se você é membro do Corpo, automaticamente, você é um missionário. Basta somente se dispor e dizer ao Senhor: Eis-me aqui! Usa-me! Leva-me às nações!

Reverendo Pedro está no Brasil cuidando da saúde de sua filha e se preparando para voltar à China ainda neste início de ano. Queridos irmão, lembre dessa família em suas orações. Que Deus continue sustentando o pastor Pedro e seu ministério.

IP Jundiai

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