A maioria de nós reconhece que a paciência é uma das virtudes primordiais dos cristãos – mas simplesmente não temos pressa em obtê-la. Outros apenas definem a paciência como uma demora em ter o que se quer. Como Margaret Thatcher uma vez celebremente observou: “Eu sou extremamente paciente, desde que eu consiga o que desejo ao final”. Na sociedade da cultura egocêntrica e acelerada de hoje, a paciência está desaparecendo rapidamente, mesmo entre os cristãos.
A paciência não é opcional para o cristão. O apóstolo Paulo repetidamente ordenou aos cristãos a terem paciência uns para com os outros. Na verdade, este é um teste decisivo de autenticidade cristã. O verdadeiro caráter cristão, a própria evidência de regeneração, são revelados numa paciência genuína.
A compreensão bíblica da paciência, como uma virtude cristã, está enraizada na totalidade da verdade cristã. A paciência começa com a afirmação de que Deus é soberano e está no controle da história humana, trabalhando em vidas humanas. Em se tratando de eternidade, o tempo assume um significado inteiramente novo. Nós cristãos sabemos que a plena satisfação nunca será alcançada nesta vida, mas olhamos para a consumação de todas as coisas no porvir.
Ao meditarmos no mandamento bíblico de sermos pacientes com os outros, devemos nos lembrar de vários aspectos da paciência, que são vitais para o discernimento cristão, revelados na Palavra de Deus. Em primeiro lugar, devemos compreender que a paciência é tanto um mandamento, como um dom de Deus. Tal como acontece com todas as virtudes cristãs, temos a obrigação, vinda do mandamento de Deus, de evidenciar o fruto do Espírito, do qual a paciência é uma parte vital.
Em segundo lugar, a virtude cristã da paciência está arraigada em nosso entendimento de nós mesmos como pecadores resgatados. Conhecendo nossa própria fragilidade, e sendo todos muito conscientes de nossas próprias falhas, temos de lidar com outros cristãos em humildade, ao invés de orgulho. O cristão não tem nenhuma desculpa para reagir a outros crentes com um espírito de arrogância, altivez ou superioridade.
Em terceiro lugar, a compreensão cristã da paciência é fundamentada em nossa compreensão dos outros, como pessoas nas quais Deus está potencialmente laborando. Como Paulo instruiu a Timóteo, ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser brando para com todos, paciente; corrigindo com mansidão os que resistem, “na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, e que se desprendam dos laços do Diabo, para cumprirem a vontade de Deus”. (2Tm 2:25-26).
Em quarto lugar, a virtude cristã da paciência está enraizada em nossa compreensão do tempo e da eternidade. Não esperamos alcançar nossa maior felicidade nesta vida. Em relação aos nossos irmãos, sabemos que eles, assim como nós, vão experimentar a santificação completa e a glorificação apenas no porvir.
Extraído e adaptado de coalizaopeloevangelho.org
Por: Albert Mohler Jr.