O Ministério da Justiça proibiu a exibição de um determinado filme em plataformas online por eventual apologia à pedofilia. Não é nosso objetivo aqui falar sobre filme, nem mesmo verificar se o filme fez ou não apologia à pedofilia, mas tratar sobre o cuidado com nossas crianças e proteção contra abuso sexual.
As estatísticas são assustadoras. A cada uma hora, o Brasil tem 2,2 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, com registros no Disque 100, o telefone da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República. Em 2020, o número global foi de 303.979 protocolos de denúncias e desses foram 76.981 contra crianças e adolescentes até 17 anos. Entre eles, 13.228 são de violência sexual. O Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, revela que de 2017 a 2020, 180 mil crianças e adolescentes sofreram violência sexual – uma média de 45 mil por ano.
Mas, o que é abuso? Gustavo Santos, em seu artigo Cuidando de Nossas Crianças, escreveu: “De acordo com a Organização Mundial de Saúde (1999), abuso é qualquer atitude que coloque em perigo o desenvolvimento de uma criança. Isso inclui contato físico, linguagem imprópria/sugestiva, exposição a imagens impróprias, olhares inapropriados/sugestivos. De acordo com Greg Gifford, ‘abuso implica violência física (At 16.19), ameaças de violência física (Ef 6.9), perseguição (Mt 5.44), maus tratos sexuais (Jz 19.25), insultos (Lc 6.28; I Pe 2.23), falar mal (Tg 4.11), ou estar sob o poder mal exercido de outra pessoa ou grupo de pessoas (Gn 16.6; 1 Sm 2.16; Ed 5.12)’.”
Justin Holcomb, em seu livro Deus fez tudo por mim, da Editora Fiel, destaca algumas maneiras de proteger nossos filhos do abuso sexual:
1. Explique ao seu filho ou à sua filha que Deus fez o corpo dele(a). Veja um exemplo de explicação: “Todas as partes do seu corpo são boas e algumas partes do seu corpo são reservadas”. Uma forma lúdica de explicar isso é contando histórias.
2. Ensine os nomes corretos de cada parte privada do corpo. A princípio, isso pode ser constrangedor, mas use os nomes adequados das partes do corpo. As crianças precisam conhecer os nomes corretos de seus órgãos genitais. Esse conhecimento oferece à criança a linguagem correta para entender seu corpo, para fazer perguntas que precisam ser feitas e para contar algo sobre qualquer comportamento que possa levar ao abuso sexual. Identifique claramente ao seu filho ou à sua filha quais partes da anatomia deles são privadas. Explique: “Alguns lugares de seu corpo nunca devem ser tocados por outras pessoas — exceto quando você precisar de ajuda no banheiro, quando estiver sendo vestido ou quando vai ao médico”.
Por: Rev. Luís Roberto Navarro Avellar