Então trouxeram algumas crianças a Jesus para que ele lhes impusesse as mãos e orasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixem os pequeninos e não os impeçam de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos Céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali. (Mateus 19.13-15)
Ontem celebramos o Dia das Crianças. Que bênção termos crianças na família, na igreja. Nossas crianças são bênção de Deus. Somos gratos a Deus pela vida delas.
Crianças! Como Jesus as amava! Certa ocasião Jesus estava a caminho da Judeia. Ele marchava para a cruz. Foi nessa caminhada dolorosa que ele encontrou tempo em sua agenda e espaço em seu coração para acolher as crianças, orar por elas e abençoá-las. Os pais levaram suas crianças para Jesus orar por elas, no entanto, como lemos no texto acima, “os discípulos os repreendiam”. Jesus então diz aos seus discípulos: “Deixem os pequeninos e não os impeçam de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos Céus.”.
Como uma criança pode ser impedida de ir a Jesus? O Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu comentário bíblico sobre o Evangelho de Mateus, apresenta três formas que servem de impedimento à uma criança de ir a Jesus:
1) Quando deixamos de ensinar-lhe a Palavra de Deus. Timóteo aprendeu as Sagradas Letras que o tornaram sábio para a salvação desde sua infância (2Tm 3.15). A Bíblia diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6). Os pais devem ensinar os filhos de forma dinâmica e variada (Dt 6.1-9).
2) Quando deixamos de dar exemplo a elas. Escandalizar uma criança e servir de tropeço para ela é um pecado de consequências graves (18.6). Ensinamos as crianças não só com palavras, mas, sobretudo, com exemplo. Influenciamos as crianças sempre, seja para o bem, seja para o mal.
3) Quando julgamos que as crianças não merecem a nossa maior atenção. Os discípulos julgaram que aquela não era uma causa tão importante a ponto de ocupar lugar na agenda de Jesus. Eles, na intenção de poupar Jesus e administrar sua agenda, revelaram seu preconceito para com as crianças e sua escala de valores desprovida de discernimento espiritual.
As crianças do Povo da Aliança são parte do Reino dos Céus, por isso devem ser tratadas como tal. Elas não são inocentes, sem pecado. No entanto, nossas crianças (filhos de pais crentes) pertencem à comunidade do Pacto (Igreja de Jesus Cristo). William Hendriksen, em seu comentário bíblico sobre o Evangelho Mateus, escreveu: “Definitivamente [Jesus] não os considerava como ‘pagãozinhos’, que viviam fora da esfera da salvação até que, por um ato deliberado deles se ‘unissem à igreja’. Ele os considerava como “descendência santa” (ver 1 Co 7.14)”. Nós também não tratamos nossos filhos como se fossem pagãos, até que cresçam para confirmar se são ou não. Pelo contrário, nós os batizamos, nós os tratamos como crentes, até que cresçam e confirmem isso através da Pública Profissão de Fé.
Louvado seja Deus pelas nossas crianças!
Por: Rev. Luís Roberto Navarro Avellar