Segunda-feira passada (12/08) celebramos com gratidão os 165 anos da chegada do Rev. Ashbel Green Simonton ao Brasil, um marco que deu início à rica história da Igreja Presbiteriana do Brasil. O surgimento do presbiterianismo no Brasil resultou do pioneirismo e desprendimento do Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867).

Nascido em West Hanover, no sul da Pensilvânia, passou a infância na fazenda da família. Ashbel era o mais novo de nove irmãos. Estudou no Colégio de Nova Jersey e inicialmente pensou em ser professor ou advogado. Influenciado por um reavivamento em 1855, fez a sua profissão de fé e, pouco depois, ingressou no Seminário de Princeton.

Um sermão pregado por seu professor, o famoso teólogo Charles Hodge, levou-o a considerar o trabalho missionário no estrangeiro. Três anos depois, candidatou-se perante a Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, citando o Brasil como campo de sua preferência. Quando alguém questionou o fato de ele se dedicar a um país ainda pobre e assolado por várias doenças endêmicas, ele respondeu: “A única segurança está na submissão à vontade e aos propósitos divinos. Sob a direção de Deus, o lugar de perigo é o lugar de segurança e, sem a sua presença, nenhum abrigo é seguro”.  Dois meses após a sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, aos 26 anos de idade.

Ao saber da enfermidade da mãe, Simonton retornou aos Estados Unidos. Mas, ao chegar, ela já havia falecido. Simonton ficou então um ano em seu país de origem. Nesse tempo, casou-se com Helen Murdock. Após dois meses de casado, regressou ao Brasil. Em 19 de junho 1864, nove dias após nascer-lhe a filha Helen, sua adorável esposa morreu.

Simonton deixou marcas profundas e indeléveis na história do presbiterianismo e da evangelização nacional: a) organizou a escola dominical em 22 de abril de 1860 com cinco crianças, usando como livros textos: a Bíblia, o Catecismo e o Peregrino, de John Bunyan; b) organizou a Primeira Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1862; c) criou o primeiro jornal evangélico no Brasil – A Imprensa Evangélica, em 5 de novembro de 1862; d) organizou o primeiro presbitério, o Presbitério do Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 1865, quando foi ordenado ao sagrado ministério o ex-padre José Manoel da Conceição; e) criou o primeiro seminário teológico em 14 de maio de 1867.

Em 9 de dezembro de 1867, aos 34 anos de idade, morreu em São Paulo, de febre amarela, este heroico jovem desbravador. Sua irmã, esposa do Rev. Blackford, perguntou-lhe, em seus últimos lampejos de consciência: “O que será dos crentes e do trabalho que você está deixando?”. Ele respondeu: “Deus levantará alguém para tomar o meu lugar. Ele fará o seu trabalho com os seus próprios instrumentos. Nós só podemos apoiar-nos nos braços eternos e estar quietos”.

De fato, Deus levantou pessoas após a morte de Simonton e o trabalho tem sido realizado. Segundo dados de 2022, são 6360 locais entre igrejas, congregações e pontos de pregação e mais de 703 mil membros.

Louvamos a Deus pelos 165 anos da IPB. A Ele toda a glória!

Por: Rev. Luís Roberto Navarro Avellar

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