Ontem, milhões de pessoas, em todo o Brasil, foram aos cemitérios homenagear os seus mortos, no chamado “dia de finados”. Essa data faz parte do calendário católico romano. Nós, cristãos reformados, não celebramos esse dia. Fundamentados na Bíblia, não cremos que preces devem ser feitas em favor dos mortos.

No entanto, não é sobre o “dia de finados” que eu quero considerar hoje, e sim, sobre como lidar com as lembranças e profundas saudades dos nossos entes queridos que já partiram, ou seja, como lidar com o luto.

Devemos, em primeiro lugar,  lembrarmos que o nosso Deus nos ama e conhece a nossa dor. É comum, no processo do luto, acharmos que estamos sozinhos. Parece que ninguém sabe o que estamos passando, nem mesmo Deus. No entanto, isso são apenas percepções equivocadas do nosso coração. A Palavra de Deus nos assegura que o Senhor é presente, compassivo e atuante na vida do seu povo:

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.” (Sl 23:4)

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações…  O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (Sl 46:1,7).

“… não tema, porque eu estou com você; não fique com medo, porque eu sou o seu Deus. Eu lhe dou forças; sim, eu o ajudo; sim, eu o seguro com a mão direita da minha justiça.” (Is 41:10).

“O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam.” (Na 1:7).

Certos da presença e cuidado do Senhor, devemos então buscar conforto n’Ele, através da oração, leitura e meditação nas Escrituras. A Bíblia diz que o nosso Deus é “… o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!” (2Co 1:3). Ele nos consola em toda a nossa angústia para sermos consoladores na vida de outras pessoas angustiadas.

Além disso, devemos reorientar nossas lembranças.  Nos dias da saudade profunda, ao invés de alimentarmos pensamentos do tipo: “Por que Deus permitiu a morte do meu ente querido?”; “Quanta falta ele(a) está fazendo na minha vida”; devemos alimentar o seguinte pensamento: “Como Deus foi bom em ter permitido eu desfrutar da presença do meu ente querido ao longo dos anos em que estivemos juntos”. Essa será uma luta travada na mente, onde deveremos substituir a murmuração pela gratidão, os lamentos por louvores, a reclamação pela glorificação a Deus.

Finalmente, devemos lutar contra a idolatria do coração. Em Êxodo 20:2,3, lemos: “Eu sou o Senhor, seu Deus, que o tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não tenha outros deuses diante de mim.”. Corremos o risco de fazer do nosso ente querido, esteja ele vivo ou morto, um ídolo. Quando pensamos que não podemos ser felizes sem a presença da pessoa, estamos colocando essa pessoa no lugar do Senhor. Devemos ter nossa satisfação e segurança somente em Deus. Davi, escreveu: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente.” (Salmo 16:11).

Que Deus conforte o seu coração!

Por: Rev. Luís Roberto Navarro Avellar

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