Na próxima quinta-feira celebraremos os 507 anos da Reforma Protestante. Foi em 31 de Outubro de 1517 que o monge agostiniano Martinho Lutero afixou suas 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha, que acabaram provocando o grande movimento religioso, conhecido como a Reforma do Século XVI.
A Reforma Protestante do século XVI teve como objetivo principal uma volta às Sagradas Escrituras. O propósito foi reformar a Igreja que havia caído ao longo dos séculos, numa decadência teológica, moral e espiritual.
A preocupação dos reformadores era principalmente “a reforma da vida, da adoração e da doutrina à luz da Palavra de Deus”. (BROWN, Colin. Filosofia e Fé Cristã, p. 36). Desta forma, a partir da Palavra, passaram a pensar acerca de Deus, do homem e do mundo.
Os reformadores foram unânimes na apresentação do fundamento sobre o qual sua teologia seria elaborada: Sola Scriptura (Somente a Escritura).
Sola Scriptura significa que somente a Bíblia, por ser a Palavra inspirada de Deus, é a autoridade inerrante, suficiente e definitiva para a igreja. Isso quer dizer que:
1. Somente a Bíblia é nossa autoridade final.
Significa que a Bíblia é a autoridade absoluta. É a autoridade que rege e governa todas as outras autoridades. É a autoridade que tem a última palavra. Todas as autoridades devem ser seguidas apenas à medida que estiverem alinhadas com a Bíblia, submeterem-se à Bíblia e forem vistas como subservientes à Bíblia.
2. Somente a Bíblia é nossa autoridade suficiente.
Além de ser autoridade suprema, a Bíblia também é autoridade que nos fornece toda a verdade que necessitamos para a nossa salvação e para um viver de acordo com a vontade de Deus, ou seja, um viver que glorifica a Deus.
A Confissão Belga (1561) – Artigo 7, afirma: “Cremos que esta Sagrada Escritura contém perfeitamente a vontade de Deus e suficientemente ensina tudo o que o homem deve crer para ser salvo…”. Vemos a mesma compreensão acerca da suficiência das Escrituras por parte dos teólogos de Westminster, pois a Confissão de Fé de Westminster – 1.VI, declara: “Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens…”.
3. Somente a Bíblia é nossa autoridade inerrante.
A base para a autoridade bíblica é a inspiração divina. A Confissão de Fé de Westminster, I.IV, afirma: “A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus (Ref. II Tm 3:16; I Jo 5:9, I Ts 2:13).”.
A autoridade da Escritura é superior à da Igreja e da tradição. Cristo é o cabeça da igreja e ele a governa segundo os preceitos estabelecidos na Escritura.
Por: Rev. Luís Roberto Navarro