Rev. Luis Roberto Navarro Avellar

“Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna. Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (1Tm 1.12-17).

Muitas pessoas sofrem por causa de más lembranças. Na tentativa de apagar tais lembranças, pessoas fazem uso de bebidas alcoólicas, drogas, tranquilizantes, terapias, seções de descarrego, etc. No entanto, nossas lembranças não são removidas, mas podem ser redimidas. Deus pode transformar essas más lembranças em algo bom, algo que o fará mais semelhante a Jesus.

Nos versículos acima, vemos que Paulo não esconde seu passado pecaminoso; em vez disso, apresenta uma interpretação cristã dele. O Dr. Robert Jones, em seu livro Más lembranças: superando o seu passado, escreve as seguintes palavras acerca da atitude de Paulo: “Ele não foge, evita, ou esquece o seu passado; ele o encara com as lentes de Deus. É por isso que essa passagem termina em tom positivo. Jesus salva e transforma até grandes pecadores como Paulo, e Deus é exaltado no processo. Quando Paulo vê seu passado através de lentes do Evangelho, centradas em Cristo, sua vida se caracteriza por um arrependimento profundo, elevada gratidão, e ampla eficácia em ajudar outros.”

Quero destacar estes três elementos citados pelo Dr. Jones no final da frase acima:

1) arrependimento profundo;

2) elevada gratidão;

3) ampla eficácia em ajudar outros.

Ao nos lembrarmos da feiura dos nossos fracassos passados temos um aprofundamento do nosso arrependimento. Estar conscientes dos nossos pecados passados também nos torna mais sensíveis a novas tentações nas mesmas áreas.

A segunda maneira como nossas lembranças pecaminosas são redimidas é vista quando elas intensificam nossa gratidão a Deus pela sua misericórdia a nós demonstrada por meio de Cristo.

Finalmente, quando Deus nos ajuda a reinterpretarmos nossos pecados passados de uma perspectiva firmada no evangelho, nossas memórias amargas podem ampliar nossa eficiência em ajudar a outros, oferecendo esperança ao exibirmos nossa vida como exemplo do efeito da esperança dada por Deus.

Que Deus redima suas más lembranças para o seu crescimento, para a Sua glória e o seu próprio bem.
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Texto publicado no boletim da Igreja Presbiteriana de Jundiaí de 23/3/2014.

IP Jundiai

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