“Quero trazer à memória o que pode me dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” (Lamentações 3.21-23)
Estamos iniciando mais um ano e me chama a atenção a falta de esperança que muitos, inclusive cristãos, estão demonstrando. Diante dos problemas sociais, da realidade da violência e imoralidade, das injustiças em diversas áreas, muitos dizem: não há motivo para esperança. Conquanto não devamos negar a realidade, precisamos olhar além das circunstâncias. Devemos tirar nossos olhos de nós mesmos, das circunstâncias, das outras pessoas, e olhar para o Senhor. Embora as inconstâncias da vida nos indiquem um caminho de desesperança, a Palavra de Deus nos dá razões para termos esperança.
1.1. Deus é misericordioso. O profeta Jeremias estava vivendo uma situação de aflição e fracasso. O seu povo estava sendo destruído pelo exército babilônico. Nos anos de 588 a 586 a. C. os babilônios destruíram a nação de Israel, com a destruição de todas as cidades e morte de quase toda a população. É neste contexto de ruína e desespero que Jeremias, mesmo em péssimas condições pessoais (Lm 3.1-20), diz: “Quero trazer à memória o que pode me dar esperança” (Lm 3.21). A primeira razão que traz à memória é o fato de que o Deus ao qual servimos é “misericordioso”. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã.” (3.22). A palavra misericórdia do hebraico “hesed”, pode ser traduzida também por “benevolência”, “bondade”, “amor”. A palavra hebraica “hesed” indica o amor pactual de Deus, o “amor da aliança”. O que de fato pode nos dar verdadeira esperança, é o fato de que Deus nos ama, mesmo sendo nós imerecedores desse amor. (Ver: Romanos 5.8-11; Efésios 2.4-7)
1.2. Deus é fiel. A segunda razão que ele traz à mente é a fidelidade do Senhor: “Grande é a tua fidelidade” (Lm 3.23). É importante destacar que este atributo de Deus sempre é relacionado com a Aliança, isto é, o compromisso que Deus tem em abençoar o seu povo. O profeta chama a nação de filha de Sião (Lm 2.1). Deus disciplina a quem ama, contudo Ele tem um compromisso com o seu povo.
1.3. Deus é bom. A terceira realidade que Jeremias traz à mente é a bondade de Deus. Ele diz: “A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele. Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso em silêncio” (Lm 3.24-26). Este atributo está ligado à santidade de Deus. A sua bondade infinita é uma perfeição de seu ser que caracteriza a sua natureza e é em si mesma a fonte de tudo que é bom na criação. A bondade inclui benevolência, complacência, misericórdia e graça. E esta bondade nos dá a certeza de que Deus virá novamente ao nosso socorro. Para termos esperança, precisamos olhar para Cristo. Como disse Steven Lawson: “Se olho para mim, me deprimo. Quando olho para os outros me iludo. Quando olho as circunstâncias me desencorajo. Mas quando olho para Cristo me completo.”
Para termos esperança, precisamos olhar para Cristo. Como disse Steven Lawson: “Se olho para mim, me deprimo. Quando olho para os outros me iludo. Quando olho as circunstâncias me desencorajo. Mas quando olho para Cristo me completo.”
Por: Rev. Luís Roberto Navarro Avellar