No mês de outubro celebramos a Reforma Protestante. Foi no dia 31 de outubro de 1517, diante da venda das indulgências por João Tetzel, que o monge agostiniano Martinho Lutero afixou à porta da igreja de Wittenberg as suas Noventa e Cinco Teses.

Conforme bem observou o Rev. Hernandes Dias Lopes: “A Reforma não foi a abertura de um novo caminho religioso, mas uma volta às antigas veredas. Não foi uma nova forma de ver a revelação divina, mas uma volta às Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. Não foi a adoção de novas doutrinas, mas uma volta à doutrina dos apóstolos. O resgate da autoridade e da centralidade das Escrituras foi o pilar principal da Reforma.” (Ipbvit.org.br).

A Reforma Protestante adotou bandeiras que caracterizavam os pontos principais de sua fé, conhecidos como Os Solas da Reforma. A primeira surgia da base da Reforma, e foi Sola Scriptura. Os reformadores foram unânimes na apresentação do fundamento sobre o qual sua teologia seria elaborada: somente a Escritura. Para os reformadores, somente a Escritura Sagrada tem a palavra final em matéria de fé e prática. Tanto a autoridade única como a suficiência das Escrituras têm sido doutrinas preciosas para as igrejas reformadas.

Nenhum líder tem a sua palavra com valor normativo para a Igreja cristã. Nenhuma tradição tem a palavra final, e nem mesmo a Igreja tem a palavra final. A Reforma apregoou que a Palavra de Deus é infalível e absolutamente suficiente para nos ensinar tudo o que precisamos saber sobre a salvação e sobre o próprio Deus. Não precisamos de outra fonte para saber o que devemos crer e como devemos agir.

Hoje há uma tendência para se colocar a experiência humana e supostas revelações do Espírito no mesmo nível de autoridade das Escrituras, por parte de alguns grupos evangélicos. Essas experiências acabam se tornando mais desejadas e tidas como mais valiosas do que o próprio ensino das Escrituras. “Na prática, a igreja é guiada, por vezes demais, pela cultura. Técnicas terapêuticas, estratégias de marketing, e o ritmo do mundo de entretenimento muitas vezes têm mais voz naquilo que a igreja quer, em como funciona, e no que oferece, do que a Palavra de Deus. Os pastores negligenciam a supervisão do culto, que lhes compete, inclusive o conteúdo doutrinário da música. À medida que a autoridade bíblica foi abandonada na prática, que suas verdades se enfraqueceram na consciência cristã, e que suas doutrinas perderam sua proeminência, a igreja foi cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.” (James Boice. Reforma hoje: Uma convocação feita pelos evangélicos confessionais. Editora Cultura Cristã).

É preciso voltarmos ao princípio da Sola Scriptura se de fato queremos ser realmente reformados em nossas convicções e práticas. A Escritura, e não a nossa experiência subjetiva, deve ser o nosso critério de verdade. Nossa pregação não deve visar o que agrada aos homens, mas o que agrada a Deus. Só a pregação da Lei associada ao Evangelho pode realmente trazer o homem ao arrependimento e ao perdão divino. As Escrituras são a espada do Espírito. É por elas, e não independente delas, que o Espírito age. Nossas experiências espirituais só têm valor se forem produzidas pela persuasão da Palavra. Sola Scriptura!

Por: Rev. Luís Roberto Navarro Avellar

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