Ao longo desse mês da Reforma Protestante estivemos considerando sobre o tema Os Cinco Solas da Reforma. Nas semanas anteriores falamos sobre Sola a Scriptura (Somente a Escritura), Solus Christus (Somente Cristo), Sola Gratia (Somente a Graça) e Sola Fide (Somente a Fé). Hoje, encerrando essa série, trataremos sobre Soli Deo Gloria.
Soli Deo Gloria era o tema abrangente da Reforma, pois significa “a glória é dada somente a Deus”. Os reformadores buscaram elevar o eterno Deus da glória em tudo o que eles escreveram e ensinaram.
Na Bíblia, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, a palavra glória significa a manifestação de excelência e da dignidade, bem como a resposta de honra e adoração a essa manifestação. Conforme Joel Beeke, “A glória de Deus é a beleza de suas perfeições multiformes, bem como o esplendor admirável que emana dessas perfeições”.
A primeira pergunta do Breve Catecismo de Westminster, é: “Qual é o fim principal do homem?” A resposta para tal pergunta é: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. O Catecismo de Genebra sustenta que Deus “nos criou e nos colocou na terra para ser glorificado em nós. E, certamente, é correto que dediquemos nossa vida à sua glória, já que Ele é o princípio dela”.
Todo o propósito da história – e mesmo todo o propósito da nossa existência – é a glória de Deus. “Contra tudo aquilo que nos dizem diariamente, a felicidade não se encontra em nós mesmos – em apreciar nossa própria beleza ou nos convencermos dela. A felicidade profunda, duradoura, que satisfaz, encontramos no todo-glorioso Deus.” (Tim Chester. Por que a Reforma ainda é importante? Editora Fiel. Edição do Kindle.)
O ensino bíblico de que somente Deus merece adoração reflete a singularidade do Senhor. Há um só Deus vivo e verdadeiro. Essa doutrina não apenas proíbe a adoração de qualquer criatura, tais como anjos, santos e relíquias, mas também a adoração de Deus na forma de qualquer criatura.
De acordo com as Escrituras:
1) Deus não divide com ninguém a sua glória e governa a história de modo que em tudo ele seja glorificado. “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.” (Is 42:8)
2) Deus escolheu seu povo para a sua glória. “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado”. (Ef 1:4-6)
3) Ele nos criou para a sua glória. “Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não retenhas! Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz.” (Isaías 43:6,7). Somente a Deus glória!
Por: Rev. Luís Roberto Navarro Avellar