Quando Jesus estava entrando no barco, aquele que antes estava possuído pelos demônios pediu com insistência que Jesus o deixasse ficar com ele. Jesus, porém, não o permitiu; ao contrário, ordenou-lhe: — Vá para a sua casa, para os seus parentes, e conte-lhes tudo o que o Senhor fez por você e como teve compaixão de você. Então ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe tinha feito; e todos se admiravam. Marcos 5:18-20
Você deve ter acompanhado a exposição de Marcos 5.1-20, a cura do endemoniado geraseno, no culto vespertino do último domingo (https://www.youtube.com/watch?v=UD2H_ZCrx8E&t =2800s). E a mensagem demonstrou as condições e transformações daquele homem: a) possuído por muitos demônios, levava vida deplorável e animalesca, completamente aprisionado ao império de Satanás; b) prostrado diante de Cristo, absolutamente impotente, porque Jesus confrontou a legião de demônios; c) retornando à normalidade, foi visto assentado, vestido, e em perfeito juízo, devido ao grande poder de Jesus em exorcizar os demônios de sua vida; d) libertado pelo poder e pela graça de Jesus, recebeu a missão de ficar em sua região e mostrar, pela vida e pelo testemunho, o que Cristo fez em sua vida.
Embora a expressiva maioria dos crentes em Cristo não tenha sido atacada tão violentamente pelo príncipe deste mundo, a Bíblia afirma que todos estávamos sob seu domínio: “Ele [Deus] lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência.” (Ef 2.1,2). A história daquele homem, guardadas as devidas proporções, é a nossa história: escravizados, impotentes, limpos pelo poder de Cristo e embaixadores de Cristo no local onde moramos, trabalhamos, estudamos e vivemos em família.
Assim como ele, aprendemos que a presença de Cristo em nossa vida é o bem mais precioso que podemos encontrar. Experimentar a paz de Cristo e seu poder em nossa caminhada é delicioso! É semelhante ao episódio do monte da transfiguração, no qual Pedro comentou: “Senhor, bom é estarmos aqui.” (Mt 17.4). Queremos experimentar a presença do Senhor, adorar, cantar louvores, experimentar emoções e sentimentos da união fraternal com Ele. Entretanto, Jesus negou a ele o assento no barco e o mandou para casa, mais precisamente, para a sua casa, para os seus parentes.
Jesus se retirou para a outra banda do mar, mas deixou seu representante naquela terra pagã, para contar tudo o que o Senhor fez por você e como teve compaixão de você. Assim, se deu com os que se encontram com o Senhor e são transformados por Sua bendita graça. Ele se retirou da terra, indo para o Pai, mas deixou seus discípulos sob o cuidado do Espírito, para contarem tudo quanto Ele fez por eles e como teve compaixão deles.
Jesus mandou aquele homem de volta para sua casa, para sua família, seus parentes. O primeiro testemunho que ele deveria dar era para a sua própria gente. Era inegável sua transformação e inegável seu testemunho. Aqueles parentes de sangue que tinham verdadeiro terror de seu antigo estado, seriam seus primeiros ouvintes sobre a graça e o poder de Jesus Cristo.
A partir da reflexão deste episódio fica bem claro o dever que temos para com a nossa própria casa, nossa parentela, nossa vizinhança e nossa cidade. Se somos efetivamente salvos, nosso testemunho precisa acontecer de forma sistemática e constante. Precisamos “viver a missão de anunciar Jesus para a cidade”.
Por: Rev. Wilson do Amaral Filho