[…] santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm. Mas façam isso com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam mal de vocês, fiquem envergonhados esses que difamam a boa conduta que vocês têm em Cristo.

Porque, se for da vontade de Deus, é melhor que vocês sofram por praticarem o bem do que praticando o mal. Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, (1 Pedro 3:15-18)

Simão Pedro é quase sempre lembrado por dois episódios em sua vida de discípulo: 1) negou a Jesus nos momentos em que o Senhor estava sendo humilhado e julgado; 2) foi restaurado por Jesus ressuscitado e tornou-se o grande apóstolo Pedro, líder do colégio apostólico.

É bem possível que nenhum outro discípulo do Senhor tenha sofrido tanto quanto ele naqueles dias. Se os outros fugiram, ele acompanhou de longe e ficou decepcionado consigo mesmo, porque antes havia desejado sofrer com Jesus, mas agora o negara categoricamente. Entretanto, nenhum outro discípulo foi tão bondosamente tratado e restaurado por Jesus como ele.

Depois de viver o evangelho de forma intensa, cheio do Espírito e poderoso em obras, Pedro recorda aos seus leitores o padecimento de Jesus. Cristo sofreu a acusação injusta das autoridades religiosas de Jerusalém, foi humilhado por Caifás, Herodes e Pilatos; foi ameaçado pela multidão enfurecida e padeceu o escárnio e a crueldade dos soldados, culminando em sua execução pública e morte de cruz, amaldiçoada (Dt 21.22,23)!

O padecimento de Jesus foi além, por conta de suas implicações. A fala daquele malfeitor crucificado ao lado do Senhor nos ajuda a entender seu padecimento: “A nossa punição é justa, porque estamos recebendo o castigo que os nossos atos merecem; mas este não fez mal nenhum. (Lc 23.41). Cristo padeceu e foi punido pelos pecados que nunca cometeu, mas que têm sido praticados pela humanidade desde a queda e lhe foram transferidos por conta da justiça de Deus.

Pedro chama Jesus de “justo” e a nós de “injustos”. Recorda que o justo deu sua vida por nós, injustos, com o objetivo de conduzir-nos a Deus. Recorda que Jesus foi punido e morto na carne em nosso lugar, a fim de abrir o caminho da nossa salvação diante do Pai. Seu padecimento e morte se traduzem em vida para nós. Esta é a razão primeira pela qual não podemos negligenciar tão grande amor e salvação que nos tem sido dada gratuitamente.

À luz de tão grande sofrimento, Pedro nos exorta a santificar o Senhor Jesus Cristo em nosso coração e estar sempre preparados para responder a razão da nossa fé e esperança a quem nos perguntar. Precisamos aprender a dizer que Jesus padeceu por nós, em nosso lugar. Precisamos afirmar que seu sofrimento foi vicário, substitutivo, pois “[…] ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados.” (Is 53.5). Aleluia!

Foto: Freepik

Por: Rev. Wilson do Amaral Filho

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